aaaaaaaaComeçando pelas grandes lições que tira da greve, analisa os efeitos da intervenção sobre o comportamento dos trabalhadores, avalia as perdas e os ganhos das forças envolvidas no movimento e aborda as negociações diretas entre patrões e operários. Ao tratar desse assunto, aponta as diferenças entre as negociações de 1978 e 1979 e, sobretudo, mostra o despreparo e a falta de seriedade dos empresários.
aaaaaaaaSobre a vida política nacional, declara que “o fechamento não resolveu nada”, examina a proposta de abertura do General Figueiredo, caracteriza a democracia que “precisa vir” e indica as razões por que não se comprometeu com o movimento pela anistia. Os empresários não escapam à sua análise. Lula mostra os pontos em que o empresariado nacional difere do estrangeiro no relacionamento com os trabalhadores, mas indica também o ponto em que, em certos momentos, os dois se nivelam.
aaaaaaaaÉ interessante notar que, nesta entrevista, nem ele mesmo escapa de sua visão crítica. E podemos ver aqui um perfil do Lula traçado por ele mesmo.
- Quais são as lições da recente greve do ABC ? Quem ganhou e quem perdeu com o movimento? O governo, os trabalhadores, os empresários? A intervenção teria sido uma forma de pressionar os trabalhadores para obter sua concordância com propostas anteriores, com a promessa de devolver o sindicato aos dirigentes eleitos? Qual o balanço que deve ser feito da paralisação?
- Eu acho que a primeira grande lição foi que, individualmente, ninguém acreditava que a gente tivesse capacidade para fazer uma greve da forma que foi feita.
Ninguém acreditava que agente pudesse colocar 89000, 90000 trabalhadores num campo de futebol todo santo dia, com sol ou com chuva. Quando a gente se reunia no campo, percebia que ali unia a coragem de cada um e aquilo se transformava num gigante. Individualmente, cada um tinha um cisma – a gente não poder fazer isso, não vai poder fazer aquilo -, mas quando unia todo mundo no campo a gente conseguia fazer até o impossível. A grande lição é que ninguém tem mais coragem para brigar do que a classe trabalhadora, só precisa alguém orientá-la para brigar porque ela tem mais coragem do que qualquer outro setor da sociedade para brigar. Ela deu demonstração disso.
Naquela época as pessoas podiam se impressionar com o discurso na base do “ninguém acreditava que a gente (leia-se EU) fosse capaz”, dito duas vezes seguidas só nesta frase. Passaram-se 33 anos e Luís Inácio repete a mesma coisa até hoje em diversas situações diferentes. O ex-sindicalista sente necessidade de repetir que é capaz de fazer milagres.
Outra lição que eu aprendia também, é que é muito difícil você segurar uma greve por muito tempo se não tiver um fundo de greve. O trabalhador fica muito sufocado a partir de 10, 15, 20 dias parados, quando ele começa a vislumbrar o dia de pagamento e que ele não vai ter nada para receber.
Em outra etapa deste livro, em um dos discursos incitando os trabalhadores, veremos como Luís Inácio insiste em manter a greve, mesmo quando eles não suportam mais).
A princípio a idéia nossa era fazer greves programadas. Programar greve numa fábrica, parar uma dia, voltar a trabalhar, parar em outra. Mas não havia tempo de preparação da categoria como um todo. Mas eu acho que as próximas greves terão de ser greves já programadas. Por exemplo, hoje vai parar a Mercedes Bens. Pára um dia. Amanhã volta a trabalhar. Pára a Ford. Volta a trabalhar. Pára a Volkswagen. Volta a trabalhar. Pára a Villares. A idéia inicial era essa, mas depois a coisa foi caminhando...
Outra coisa: ficou provado, para mim, que com toda a repressão que houve de 1964 para cá, uma coisa nunca foi proibida: é o dirigente sindical ir para a porta das fábricas conversar com o trabalhador.
De acordo com suas palavras, nossa ditadura teve aspectos bem tolerantes. Então, vamos comparar a ditadura militar, tão criticada pelo entrevistado, com o governo de Fidel e do pelego Chaves, ambos elogiados por este falso defensor da democracia e da liberdade.
A grande lição que os dirigentes sindicais têm de aprender é que o sindicalismo brasileiro esteve morto, talvez nem seja culpa dos governos revolucionários, mas por culpa mesmo da passividade dos dirigentes sindicais que não quiseram assumir, pelo menos em termo de preparação de base. Porque a lei de greve é a mesma de alguns anos atrás e o trabalhador está fazendo greve.
Evidente a intenção dissimulada de mostrar sua grandeza em relação à incapacidade dos outros sindicalistas. Porém L.I. “esquece” ser bem mais fácil agir nesste período, no final da ditadura, embora procure negar a diferença entre uma época e outra. Esperteza maliciosa que pode passar facilmente despercebida.
A partir das greves do ABC eu acho que começou uma nova era do sindicalismo brasileiro, uma era em que os trabalhadores brasileiros estão fazendo os dirigentes sindicais andarem Não é mais o dirigente sindical que fica querendo dar ordem para a categoria, mas é a categoria que exige uma tomada de posição das lideranças sindicais. Mais uma vez usa a auto-promoção ao se referir, entre linhas, à sua atuação como líder. E vemos aí outra demonstração de esperteza maliciosa em forma de falsa humildade, ao atribuir o comando aos trabalhadores que foram usados como escada.
Eu acredito que a classe trabalhadora brasileira ganhou. Ganhou porque ela se descobriu para a luta. Ela começou a mostrar que faz parte do contexto político do país, que ela tem de participar (1). Somente as pessoas que viram a participação dos trabalhadores podem imaginar a grandeza do movimento. Eu não sei se o governo ganhou. No fundo, no fundo, eu acho que o governo perdeu com a intervenção no sindicato. Politicamente eu acho que o governo perdeu muito. Eu acho que os empresários perderam também porque tinha a questão fechada em termos de negociação coletiva e foram reabertas as negociações, fora os prejuízos que as empresas tiveram, o que ficou muito mais caro do que se tivesse dado os 11% de aumento. O grande ganhador de tudo isso foi o sindicalismo brasileiro.
Neste parágrafo L.I. procura atribuir à necessidade dos trabalhadores o SEU desejo pessoal de entrar para a política(1). O trabalhador nunca teve interesse por política. Nunca sentiu desejo de salvar a pátria nem mesmo a classe de operários. Deseja apenas emprego e salário. Sempre que participou de alguma manifestação foi induzido, aliciado, seduzido por um falastrão cheio de promessas mirabolantes.
Não, não concordo (com a idéia de que o governo interveio para forçar a negociação), porque a gente não vai voltar a negociar com condições menos exigentes. O que eu acho que houve é que a intervenção, a nível de classe trabalhadora, também foi benéfica, porque aconteceu uma coisa muito estranha depois da intervenção: o trabalhador passou a ter amor pelo sindicato como ele tem pelo filho, como ele tem pela mulher. Ele passou a entender que aquilo era dele e que o governo não tinha nenhum direito de tomar conta daquilo lá, coisa até então acho que nunca vista, em termos de Brasil . Mesmo com a intervenção, se o governo pensava acabar a greve, ela ficou sexta, sábado, segunda e terça. A greve acabou quando a gente entendeu que ela deveria terminar. Não acabar, mas pelo menos parar para uma recuperação, para se preparar outra vez para uma outra etapa. Eu espero que haja bom senso dos empregadores e que não voltemos a fazer greve.
Seu conselho 'sapiente' aos empresários contém enorme mentira, pois L.I. jamais desejaria o fim das greves, pois foi às custa dela que se criou e se projetou junto aos jornalistas. De novo usa o chavão cansativo em 33 anos de vida política ao repetir "coisa até então acho que nunca vista", que se repete mais abaixo neste mesmo 'discurso'. Ao dizer que o trabalhador passou a amar o sindicato como ao próprio filho, o repórter poderia lhe perguntar qual seu verdadeiro problema: ingenuiudade ou falsidade. Após todos esses anos já sabemos qual a resposta. Quanto ao trecho "aquilo era dele e que o governo não tinha nenhum direito de tomar", devemos guardar para futuramente lembrar o seu governo de que não pode tirar o que nos pertence.
Pensaram que a intervenção ia acabar com a greve, mas ela foi um incentivador para a continuidade da greve. A gente nem sempre discutia tudo nas assembléias, porque tinha muito policial e quem sabe alguns representantes de empregadores. Mas o que a gente tinha certeza era o seguinte: o trabalhador tinha recebido o adiantamento, então ia chegar o dia 1º e o trabalhador não ia ter nada para receber. Eu acredito que ele agüentaria mais uns cinco dias de greve. Mas nós tínhamos de fazer uma análise mais política da coisa. Porque para mim, pessoalmente, e para a diretoria do sindicato a saída honrosa seria a gente lavar as mãos e pedir para o trabalhador retornar ao trabalho e ficar esperando que aos poucos eles fossem voltando, contra inclusive a palavra de ordem do sindicato. Como aconteceu em outras entidades, em que os trabalhadores fizeram greve e a os poucos foram voltando a trabalhar. Então a gente tinha interesse em parar com a greve no auge dela, quer dizer, com o campo cheio da forma que começou, porque os trabalhadores sairiam fortalecidos, sairiam confiantes neles mesmos, e hoje eu posso garantir para vocês que o clima dentro das fábricas é de confiança. Não acredito que em outra época no Brasil houve um clima de confiança nele próprio como existe hoje dentro da fábrica. O trabalhador confia nele e sabe que deu prazo, tem confiança de que deu um prazo de 45 dias e que se até esse prazo não for resolvido ele está preparado para parar outra vez.
- Como seria possível caracterizar sua posição política? Em outras palavras, qual o tipo de organização social ideal, de seu ponto de vista como líder, para os trabalhadores? O que pensa, por exemplo, da co-gestão das empresas no Brasil? De modo mais geral, o que espera da abertura política atual? Como vê esse processo no que se refere aos trabalhadores?
- Acho que a luta que estamos travando demonstra o sistema político-econômico que perseguimos. Jamais iria dizer que sou um social-democrata, como jamais diria que me arvoro a socialista ou marxista. Penso que a luta quase a gente trava no dia-a-dia demonstra bem o que queremos em termos de sistema político e econômico.
A co-gestão faz parte da evolução, da luta da classe trabalhadora. Acho que a co-gestão nunca vai sair, por exemplo, com o sindicato pedindo ao patrão para participar da reunião da diretoria. Acho que ela sairá...
Eu acho que o fechamento não resolveu nada. Por isso, acho que a abertura poderá resolver muito mais do que a fórmula anterior, que foi o fechamento que houve. Acho que tem de abrir para poder melhorar, porque pior do que estava não podia haver. Acho que é necessário abrir para que todos possam dar opinião, possam discutir, todos possam gritar quando a coisa estiver errada, todos possam aplaudir quando estiver certa. O que não pode continuar é o destino do Brasil sendo determinado por meia dúzia de pessoas que nem têm uma visão de Brasil, ou nem sempre estão a serviço do próprio país.
Não acredito na que foi proposta por Figueiredo, o u proposta por quem quer que seja. Eu acredito numa abertura a partir do momento em que a sociedade começar a exigir essa abertura, começar a brigar para que haja essa abertura. Eu acho que essa abertura deverá vir – não lenta e gradual como querem -, mas de acordo com as exigências da sociedade. Pois se a gente ficar esperando, parado, nunca haverá essa abertura. Acho que não foi um gesto generoso a decisão de abrir, mas uma resposta, uma flexibilidade, em função das exigências da sociedade.
Nada mais absurdo que desejar que o trabalhador "participe das reuniões da diretoria de uma empresa". Até porque, como ele mesmo disse, ninguém poderá tirar do DONO DA FÁBRICA O QUE É APENAS DELE , o poder de decidir. Em seguida, fala sobre a necessidade de todos darem opinião, discutir, gritar quando a coisa estiver errada, o que é examente contrário ao que faz hoje o seu governo : a CENSURA.
A classe trabalhadora tem de participar, exigir, brigar, senão se vier a democracia que a elite brasileira quer, sabe, vai acontecer a mesma democracia que já teve no Brasil antes de l964, na qual a gente continuava sendo espezinhado ganhando pouco, vivendo em favelas, coisas assim. Por isso temos de tomar cuidado para que quando empregarmos essa palavra (democracia) ela não fique apenas para uma classe de elite, mas que a democracia atenda aos interesses de todos os cidadãos brasileiros.
L.I critica a vida em favelas e comenta sobre a democracia que não deve ser apenas da elite, No entanto, alegou que seu hoje grande amigo da elite, José Ribamar (o Sarney)... não era um pessoa comum, .quando acusado de trapaças. Fora todas essas mancadas lulistas, que se repetem constantemente, o vemos separando a classe média da classe trabalhadora, quando todos eles trabalham. A diferença é o nível de estudo, que em sete anos de seu governo não mudou em nada.
Vamos pegar o período em que ouve (sic) mais abertura no Brasil, isto é, de l956 a l954. A classe média estava numa boa situação. E o trabalhador? Onde estava? O trabalhador era chamado de comunista do mesmo jeito, tomava bala, ia preso. Eu participei de uma greve em l963, com a mulher e tomamos tanta borrachada como agora na Revolução. Isto aqui em São Paulo, na Vila Carioca.
Ai é que me preocupa a questão da democracia. Ela precisa vir, mas de forma que atinja a todos os setores da sociedade. E não aquela que delimita a sociedade e privilegia alguns setores. Dali pra baixo é pau na máquina, outra vez. Daí, o meu medo. E é por isso que eu tento abrir os olhos do trabalhador.O povo brasileiro só vai se preparar para a democracia, vivendo na democracia. Não é uma ditadura que o vai preparar para a democracia, certo? Não é o regime de exceção que vai fazer uma escolinha o mesmo um curso superior para ensinar o trabalhador a viver numa democracia.
Por exemplo, quando se fala em anistia – e muita gente me critica, porque eu caio de pau em cima desse papo como está colocado - , o que eu entendo é que muita gente pede isso para os presos e cassados nesses anos. E a classe trabalhadora, que foi a grande vítima da Revolução, por que não se pede anistia para ela?
MENTIRA, PRESEPADA. Na época da revolução a maioria dos trabalhadores nem sabia DE nada, da mesma forma que hoje desconhece o que ocorre na patifaria nacional.
Ninguém acreditava que agente pudesse colocar 89000, 90000 trabalhadores num campo de futebol todo santo dia, com sol ou com chuva. Quando a gente se reunia no campo, percebia que ali unia a coragem de cada um e aquilo se transformava num gigante. Individualmente, cada um tinha um cisma – a gente não poder fazer isso, não vai poder fazer aquilo -, mas quando unia todo mundo no campo a gente conseguia fazer até o impossível. A grande lição é que ninguém tem mais coragem para brigar do que a classe trabalhadora, só precisa alguém orientá-la para brigar porque ela tem mais coragem do que qualquer outro setor da sociedade para brigar. Ela deu demonstração disso.
Naquela época as pessoas podiam se impressionar com o discurso na base do “ninguém acreditava que a gente (leia-se EU) fosse capaz”, dito duas vezes seguidas só nesta frase. Passaram-se 33 anos e Luís Inácio repete a mesma coisa até hoje em diversas situações diferentes. O ex-sindicalista sente necessidade de repetir que é capaz de fazer milagres.
Outra lição que eu aprendia também, é que é muito difícil você segurar uma greve por muito tempo se não tiver um fundo de greve. O trabalhador fica muito sufocado a partir de 10, 15, 20 dias parados, quando ele começa a vislumbrar o dia de pagamento e que ele não vai ter nada para receber.
Em outra etapa deste livro, em um dos discursos incitando os trabalhadores, veremos como Luís Inácio insiste em manter a greve, mesmo quando eles não suportam mais).
A princípio a idéia nossa era fazer greves programadas. Programar greve numa fábrica, parar uma dia, voltar a trabalhar, parar em outra. Mas não havia tempo de preparação da categoria como um todo. Mas eu acho que as próximas greves terão de ser greves já programadas. Por exemplo, hoje vai parar a Mercedes Bens. Pára um dia. Amanhã volta a trabalhar. Pára a Ford. Volta a trabalhar. Pára a Volkswagen. Volta a trabalhar. Pára a Villares. A idéia inicial era essa, mas depois a coisa foi caminhando...
Outra coisa: ficou provado, para mim, que com toda a repressão que houve de 1964 para cá, uma coisa nunca foi proibida: é o dirigente sindical ir para a porta das fábricas conversar com o trabalhador.
De acordo com suas palavras, nossa ditadura teve aspectos bem tolerantes. Então, vamos comparar a ditadura militar, tão criticada pelo entrevistado, com o governo de Fidel e do pelego Chaves, ambos elogiados por este falso defensor da democracia e da liberdade.
A grande lição que os dirigentes sindicais têm de aprender é que o sindicalismo brasileiro esteve morto, talvez nem seja culpa dos governos revolucionários, mas por culpa mesmo da passividade dos dirigentes sindicais que não quiseram assumir, pelo menos em termo de preparação de base. Porque a lei de greve é a mesma de alguns anos atrás e o trabalhador está fazendo greve.
Evidente a intenção dissimulada de mostrar sua grandeza em relação à incapacidade dos outros sindicalistas. Porém L.I. “esquece” ser bem mais fácil agir nesste período, no final da ditadura, embora procure negar a diferença entre uma época e outra. Esperteza maliciosa que pode passar facilmente despercebida.
A partir das greves do ABC eu acho que começou uma nova era do sindicalismo brasileiro, uma era em que os trabalhadores brasileiros estão fazendo os dirigentes sindicais andarem Não é mais o dirigente sindical que fica querendo dar ordem para a categoria, mas é a categoria que exige uma tomada de posição das lideranças sindicais. Mais uma vez usa a auto-promoção ao se referir, entre linhas, à sua atuação como líder. E vemos aí outra demonstração de esperteza maliciosa em forma de falsa humildade, ao atribuir o comando aos trabalhadores que foram usados como escada.
Eu acredito que a classe trabalhadora brasileira ganhou. Ganhou porque ela se descobriu para a luta. Ela começou a mostrar que faz parte do contexto político do país, que ela tem de participar (1). Somente as pessoas que viram a participação dos trabalhadores podem imaginar a grandeza do movimento. Eu não sei se o governo ganhou. No fundo, no fundo, eu acho que o governo perdeu com a intervenção no sindicato. Politicamente eu acho que o governo perdeu muito. Eu acho que os empresários perderam também porque tinha a questão fechada em termos de negociação coletiva e foram reabertas as negociações, fora os prejuízos que as empresas tiveram, o que ficou muito mais caro do que se tivesse dado os 11% de aumento. O grande ganhador de tudo isso foi o sindicalismo brasileiro.
Neste parágrafo L.I. procura atribuir à necessidade dos trabalhadores o SEU desejo pessoal de entrar para a política(1). O trabalhador nunca teve interesse por política. Nunca sentiu desejo de salvar a pátria nem mesmo a classe de operários. Deseja apenas emprego e salário. Sempre que participou de alguma manifestação foi induzido, aliciado, seduzido por um falastrão cheio de promessas mirabolantes.
Não, não concordo (com a idéia de que o governo interveio para forçar a negociação), porque a gente não vai voltar a negociar com condições menos exigentes. O que eu acho que houve é que a intervenção, a nível de classe trabalhadora, também foi benéfica, porque aconteceu uma coisa muito estranha depois da intervenção: o trabalhador passou a ter amor pelo sindicato como ele tem pelo filho, como ele tem pela mulher. Ele passou a entender que aquilo era dele e que o governo não tinha nenhum direito de tomar conta daquilo lá, coisa até então acho que nunca vista, em termos de Brasil . Mesmo com a intervenção, se o governo pensava acabar a greve, ela ficou sexta, sábado, segunda e terça. A greve acabou quando a gente entendeu que ela deveria terminar. Não acabar, mas pelo menos parar para uma recuperação, para se preparar outra vez para uma outra etapa. Eu espero que haja bom senso dos empregadores e que não voltemos a fazer greve.
Seu conselho 'sapiente' aos empresários contém enorme mentira, pois L.I. jamais desejaria o fim das greves, pois foi às custa dela que se criou e se projetou junto aos jornalistas. De novo usa o chavão cansativo em 33 anos de vida política ao repetir "coisa até então acho que nunca vista", que se repete mais abaixo neste mesmo 'discurso'. Ao dizer que o trabalhador passou a amar o sindicato como ao próprio filho, o repórter poderia lhe perguntar qual seu verdadeiro problema: ingenuiudade ou falsidade. Após todos esses anos já sabemos qual a resposta. Quanto ao trecho "aquilo era dele e que o governo não tinha nenhum direito de tomar", devemos guardar para futuramente lembrar o seu governo de que não pode tirar o que nos pertence.
Pensaram que a intervenção ia acabar com a greve, mas ela foi um incentivador para a continuidade da greve. A gente nem sempre discutia tudo nas assembléias, porque tinha muito policial e quem sabe alguns representantes de empregadores. Mas o que a gente tinha certeza era o seguinte: o trabalhador tinha recebido o adiantamento, então ia chegar o dia 1º e o trabalhador não ia ter nada para receber. Eu acredito que ele agüentaria mais uns cinco dias de greve. Mas nós tínhamos de fazer uma análise mais política da coisa. Porque para mim, pessoalmente, e para a diretoria do sindicato a saída honrosa seria a gente lavar as mãos e pedir para o trabalhador retornar ao trabalho e ficar esperando que aos poucos eles fossem voltando, contra inclusive a palavra de ordem do sindicato. Como aconteceu em outras entidades, em que os trabalhadores fizeram greve e a os poucos foram voltando a trabalhar. Então a gente tinha interesse em parar com a greve no auge dela, quer dizer, com o campo cheio da forma que começou, porque os trabalhadores sairiam fortalecidos, sairiam confiantes neles mesmos, e hoje eu posso garantir para vocês que o clima dentro das fábricas é de confiança. Não acredito que em outra época no Brasil houve um clima de confiança nele próprio como existe hoje dentro da fábrica. O trabalhador confia nele e sabe que deu prazo, tem confiança de que deu um prazo de 45 dias e que se até esse prazo não for resolvido ele está preparado para parar outra vez.
- Como seria possível caracterizar sua posição política? Em outras palavras, qual o tipo de organização social ideal, de seu ponto de vista como líder, para os trabalhadores? O que pensa, por exemplo, da co-gestão das empresas no Brasil? De modo mais geral, o que espera da abertura política atual? Como vê esse processo no que se refere aos trabalhadores?
- Acho que a luta que estamos travando demonstra o sistema político-econômico que perseguimos. Jamais iria dizer que sou um social-democrata, como jamais diria que me arvoro a socialista ou marxista. Penso que a luta quase a gente trava no dia-a-dia demonstra bem o que queremos em termos de sistema político e econômico.
A co-gestão faz parte da evolução, da luta da classe trabalhadora. Acho que a co-gestão nunca vai sair, por exemplo, com o sindicato pedindo ao patrão para participar da reunião da diretoria. Acho que ela sairá...
Eu acho que o fechamento não resolveu nada. Por isso, acho que a abertura poderá resolver muito mais do que a fórmula anterior, que foi o fechamento que houve. Acho que tem de abrir para poder melhorar, porque pior do que estava não podia haver. Acho que é necessário abrir para que todos possam dar opinião, possam discutir, todos possam gritar quando a coisa estiver errada, todos possam aplaudir quando estiver certa. O que não pode continuar é o destino do Brasil sendo determinado por meia dúzia de pessoas que nem têm uma visão de Brasil, ou nem sempre estão a serviço do próprio país.
Não acredito na que foi proposta por Figueiredo, o u proposta por quem quer que seja. Eu acredito numa abertura a partir do momento em que a sociedade começar a exigir essa abertura, começar a brigar para que haja essa abertura. Eu acho que essa abertura deverá vir – não lenta e gradual como querem -, mas de acordo com as exigências da sociedade. Pois se a gente ficar esperando, parado, nunca haverá essa abertura. Acho que não foi um gesto generoso a decisão de abrir, mas uma resposta, uma flexibilidade, em função das exigências da sociedade.
Nada mais absurdo que desejar que o trabalhador "participe das reuniões da diretoria de uma empresa". Até porque, como ele mesmo disse, ninguém poderá tirar do DONO DA FÁBRICA O QUE É APENAS DELE , o poder de decidir. Em seguida, fala sobre a necessidade de todos darem opinião, discutir, gritar quando a coisa estiver errada, o que é examente contrário ao que faz hoje o seu governo : a CENSURA.
A classe trabalhadora tem de participar, exigir, brigar, senão se vier a democracia que a elite brasileira quer, sabe, vai acontecer a mesma democracia que já teve no Brasil antes de l964, na qual a gente continuava sendo espezinhado ganhando pouco, vivendo em favelas, coisas assim. Por isso temos de tomar cuidado para que quando empregarmos essa palavra (democracia) ela não fique apenas para uma classe de elite, mas que a democracia atenda aos interesses de todos os cidadãos brasileiros.
L.I critica a vida em favelas e comenta sobre a democracia que não deve ser apenas da elite, No entanto, alegou que seu hoje grande amigo da elite, José Ribamar (o Sarney)... não era um pessoa comum, .quando acusado de trapaças. Fora todas essas mancadas lulistas, que se repetem constantemente, o vemos separando a classe média da classe trabalhadora, quando todos eles trabalham. A diferença é o nível de estudo, que em sete anos de seu governo não mudou em nada.
Vamos pegar o período em que ouve (sic) mais abertura no Brasil, isto é, de l956 a l954. A classe média estava numa boa situação. E o trabalhador? Onde estava? O trabalhador era chamado de comunista do mesmo jeito, tomava bala, ia preso. Eu participei de uma greve em l963, com a mulher e tomamos tanta borrachada como agora na Revolução. Isto aqui em São Paulo, na Vila Carioca.
Ai é que me preocupa a questão da democracia. Ela precisa vir, mas de forma que atinja a todos os setores da sociedade. E não aquela que delimita a sociedade e privilegia alguns setores. Dali pra baixo é pau na máquina, outra vez. Daí, o meu medo. E é por isso que eu tento abrir os olhos do trabalhador.O povo brasileiro só vai se preparar para a democracia, vivendo na democracia. Não é uma ditadura que o vai preparar para a democracia, certo? Não é o regime de exceção que vai fazer uma escolinha o mesmo um curso superior para ensinar o trabalhador a viver numa democracia.
Por exemplo, quando se fala em anistia – e muita gente me critica, porque eu caio de pau em cima desse papo como está colocado - , o que eu entendo é que muita gente pede isso para os presos e cassados nesses anos. E a classe trabalhadora, que foi a grande vítima da Revolução, por que não se pede anistia para ela?
MENTIRA, PRESEPADA. Na época da revolução a maioria dos trabalhadores nem sabia DE nada, da mesma forma que hoje desconhece o que ocorre na patifaria nacional.
Quanto à questão do fundo de greve, que alguns empregadores consideram favorável a eles, acho até natural essa visão do empregador, por que eles sabem que se a gente não ganhar os dias a gente vai brigar para tirar deles. Para eles também é interessante que a gente tenha um fundo, para não brigar para receber os dias em que a gente fez greve. Daí dá para entender por que eles são favoráveis ao fundo de greve.
- Com o fracasso da primeira fase das negociações entre o ?Grupo 14 da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e os sindicatos de metalúrgicos do ABC, acredita que a própria idéia das negociações diretas estará prejudicada? Ou considera que apenas ouve uma condução deficiente por parte dos empresários ou dos metalúrgicos, excesso de radicalização ou despreparo de uma ou ambas as partes? Por outro lado, como vê a opinião de alguns empresários no sentido de que a existência de um de greve seria, na verdade , mais favorável a eles do que aos trabalhadores?
- Eu acho que a negociação direta é o caminho. A diferença do ano passado para este ao é que, no ano passado realmente, os empresários foram pegos de calça curta. A gente percebia com muita clareza, em várias reuniões de negociação, que a gente estava mais preparado para discutir uma contratação coletiva do que eles. Esse ano eles se prepararam, mas não se prepararam para negociar, e sim para radicalizar. Eles não se prepararam para discutir, se prepararam muito mais para reprimir os trabalhadores. Eu, que participei das negociações no ano passado e este ano, digo que o nível das do ano passado estava bem melhor, mesmo eles não sabendo, tendo menos prática até do que a gente, que tinha muito mais dados do que eles. Este ano eles se prepararam para reprimir. Vejam, por exemplo, as greves de São Paulo em novembro, quando aqueles boletins de orientação da própria Federação das Indústrias eram bem claros, a linha tinha de ser dura. A ponto de haver uma proposta de jogar os trabalhadores na rua para haver um confronto com o poder público, para que o poder público entrasse na coisa. Lá em São Bernardo, antes dessa greve, aconteceu uma série de greves nas quais a gente era obrigado a alugar ônibus e ir buscar os trabalhadores na porta da fábrica, para evitar que a polícia viesse e entrasse em ação contra os trabalhadores.
Eu não sei se é ser puritano demais, mas eu acho que quando eu quero uma coisa e eu vou pedir para você e você não quer me dar aquilo que eu estou pedindo, você tem de ter em mente o que você pode me oferecer. Eu que participei (é até ruim eu falar isso porque participei), disse isso várias vezes lá quando fiz uso da palavra nas negociações: eu acho que o pessoal que se reuniu para negociar estava brincando, não estava negociando. Era mais uma brincadeira. Entrava dia, saía dia, vinham as mesmas discussões, a mesma coisa, discutia-se a cor das cadeiras em que íamos sentar, o lado em que iam ficar os patrões, o lado em que iam ficar os empregados, discutia-se se ia começar de trás para a frente, começar pela reivindicação de número 22 ou se ia começar pela primeira. Era um troço assim. Se houvesse seriedade poderia ser resolvido em três reuniões. Porque foram feitas algumas coisas, e quando chegou na mesa de negociação – tendo já os patrões a nossa pauta desde a primeira reunião – vira-se um dirigente sindical e fala para um empregador: “Bom, mas nó0s já discuti9os isso no acordo”. E o empregador responde: “Mas esta é a primeira reunião oficial da FIESP”. Um troço muito mais à base da brincadeira do que sério. Até pode ter sido tática por parte dos empresários. Eu acho que esse negócio de encenação, de ficar discutindo muito no vazio é de quem não está muito a fim de resolver nenhum problema. Poderia ser muito mais objetivo. A gente, por exemplo, não tinha interesse de chegar à greve. A gente sabia, por parte de alguns empregadores , que eles chegariam aos números que chegaram na segunda-feira e eles sabiam que nós, de São Bernardo, não aceitávamos aqueles números.
Além de atribuir ignorância aos empresários, solta uma mentira escandalosa ao dizer que buscavam trabalhadores para que escapassem da violência policial. Seu objetivo era facilitar a adesão do maior número possível de trabalhadores. Além disso, ele certamente se aproveitaria de qualquer violência policial para se promover, nem que fosse um simples peteleco.
Quando a gente fez a assembléia no sindicato, a gente fez questão de fazer uma pregação: os dias de greve não vão entrar na pauta de reivindicações, só entrarão em último caso, porque se a gente ganhar tudo o que está pedindo nós não vamos sequer pedir os dias de greve. A gente colocava isso, exatamente para o trabalhador não ficar preocupado com os dias, porque senão aconteceria o seguinte: o trabalhador ficava dois dias em greve e diria: puxa, perdi dois dias, mais o domingo já são três”. Então a gente fez questão de pregar que numa briga a gente sai com a arranhão e quem sabe o arranhão nosso fosse os dias que a gente ia perder. Agora, a gente vai brigar pelos dias, porque não é brincadeira 15 dias no salário de um trabalhador, 120 horas que ele está perdendo e isto traz um saldo em termos de prejuízo muito grande para o trabalhador. Vamos brigar pelos dias, porque entendemos que a greve também se deveu à intransigência da classe empresarial. Se de um lado nós queríamos ganhar alguma coisa a mais, de outro lado os patrões não quiseram dar aquilo que a gente queria ganhar, nem fizeram uma contraposta pelo menos intermediária. Se fixaram no mínimo que eles poderiam dar e eu acho que houve mais radicalização deles do que nossa.
- Eu acho que a negociação direta é o caminho. A diferença do ano passado para este ao é que, no ano passado realmente, os empresários foram pegos de calça curta. A gente percebia com muita clareza, em várias reuniões de negociação, que a gente estava mais preparado para discutir uma contratação coletiva do que eles. Esse ano eles se prepararam, mas não se prepararam para negociar, e sim para radicalizar. Eles não se prepararam para discutir, se prepararam muito mais para reprimir os trabalhadores. Eu, que participei das negociações no ano passado e este ano, digo que o nível das do ano passado estava bem melhor, mesmo eles não sabendo, tendo menos prática até do que a gente, que tinha muito mais dados do que eles. Este ano eles se prepararam para reprimir. Vejam, por exemplo, as greves de São Paulo em novembro, quando aqueles boletins de orientação da própria Federação das Indústrias eram bem claros, a linha tinha de ser dura. A ponto de haver uma proposta de jogar os trabalhadores na rua para haver um confronto com o poder público, para que o poder público entrasse na coisa. Lá em São Bernardo, antes dessa greve, aconteceu uma série de greves nas quais a gente era obrigado a alugar ônibus e ir buscar os trabalhadores na porta da fábrica, para evitar que a polícia viesse e entrasse em ação contra os trabalhadores.
Eu não sei se é ser puritano demais, mas eu acho que quando eu quero uma coisa e eu vou pedir para você e você não quer me dar aquilo que eu estou pedindo, você tem de ter em mente o que você pode me oferecer. Eu que participei (é até ruim eu falar isso porque participei), disse isso várias vezes lá quando fiz uso da palavra nas negociações: eu acho que o pessoal que se reuniu para negociar estava brincando, não estava negociando. Era mais uma brincadeira. Entrava dia, saía dia, vinham as mesmas discussões, a mesma coisa, discutia-se a cor das cadeiras em que íamos sentar, o lado em que iam ficar os patrões, o lado em que iam ficar os empregados, discutia-se se ia começar de trás para a frente, começar pela reivindicação de número 22 ou se ia começar pela primeira. Era um troço assim. Se houvesse seriedade poderia ser resolvido em três reuniões. Porque foram feitas algumas coisas, e quando chegou na mesa de negociação – tendo já os patrões a nossa pauta desde a primeira reunião – vira-se um dirigente sindical e fala para um empregador: “Bom, mas nó0s já discuti9os isso no acordo”. E o empregador responde: “Mas esta é a primeira reunião oficial da FIESP”. Um troço muito mais à base da brincadeira do que sério. Até pode ter sido tática por parte dos empresários. Eu acho que esse negócio de encenação, de ficar discutindo muito no vazio é de quem não está muito a fim de resolver nenhum problema. Poderia ser muito mais objetivo. A gente, por exemplo, não tinha interesse de chegar à greve. A gente sabia, por parte de alguns empregadores , que eles chegariam aos números que chegaram na segunda-feira e eles sabiam que nós, de São Bernardo, não aceitávamos aqueles números.
Além de atribuir ignorância aos empresários, solta uma mentira escandalosa ao dizer que buscavam trabalhadores para que escapassem da violência policial. Seu objetivo era facilitar a adesão do maior número possível de trabalhadores. Além disso, ele certamente se aproveitaria de qualquer violência policial para se promover, nem que fosse um simples peteleco.
Quando a gente fez a assembléia no sindicato, a gente fez questão de fazer uma pregação: os dias de greve não vão entrar na pauta de reivindicações, só entrarão em último caso, porque se a gente ganhar tudo o que está pedindo nós não vamos sequer pedir os dias de greve. A gente colocava isso, exatamente para o trabalhador não ficar preocupado com os dias, porque senão aconteceria o seguinte: o trabalhador ficava dois dias em greve e diria: puxa, perdi dois dias, mais o domingo já são três”. Então a gente fez questão de pregar que numa briga a gente sai com a arranhão e quem sabe o arranhão nosso fosse os dias que a gente ia perder. Agora, a gente vai brigar pelos dias, porque não é brincadeira 15 dias no salário de um trabalhador, 120 horas que ele está perdendo e isto traz um saldo em termos de prejuízo muito grande para o trabalhador. Vamos brigar pelos dias, porque entendemos que a greve também se deveu à intransigência da classe empresarial. Se de um lado nós queríamos ganhar alguma coisa a mais, de outro lado os patrões não quiseram dar aquilo que a gente queria ganhar, nem fizeram uma contraposta pelo menos intermediária. Se fixaram no mínimo que eles poderiam dar e eu acho que houve mais radicalização deles do que nossa.
- Como líder sindical metalúrgico, como vê a presença do empresário nacional? Nestes últimos anos tem havido, a seu ver, uma evolução positiva do empresariado, do ponto de vista do relacionamento com os trabalhadores?
- Entrei em l969 como suplente de diretoria do sindicato. Nesses dez anos de vida sindical, apesar que de l969 a l975 eu não conversava como o empresários, acho que não houve muita evolução. Esses empresários que estão dizendo aí que são favoráveis a contratações coletivas de trabalho, esse pessoal está falando isso desde l973/74, só que na hora de abrir mesmo, ninguém quer abrir. Também esse pessoal fica muito na base da teoria, porque a exploração deles e a mesma do capital multinacional, é a mesma do empresário radical, pagam o mesmo salário, mandam embora o trabalhador da mesma forma, suspendem o trabalhador da mesma forma. O que existe é que, teoricamente, existem alguns empresário melhores do que outros.
Existem alguns empresários que têm uma postura melhor do que outros, que têm mais bom senso, até pela responsabilidade que têm. Você não pode comparar um Bardella a esse pessoal que a gente chama de pau mandado, que é pessoal subordinado, testa-de-ferro das multinacionais, que representam. Porque quando um Bardella está falando, ele fala como dono de uma coisa, a fábrica é dele, então ele fala como dono. Eu acho que a diferença que existe é basicamente essa; existem alguns dirigentes empresariais que têm assim mais decência, (2) que têm uma melhor postura do que outros para discutir, que têm um pouco mais de responsabilidade do que outros. Agora, no fundo, no fundo, quando se trata de defender os seus lucros, aí a coisa nivela , nacionais e estrangeiras, tranquilamente (3). Mesmo porque os salários nas empresas nacionais são piores do que nas estrangeiras. A gente poderia até achar que eles estão sendo sufocados, mas eu acho que não. As empresas nacionais teriam de pagar mais, porque não são as outras que estão pagando muito, não, estão pagando pouco; elas é que estão pagando menos ainda. Se você chegar para um trabalhador comum e perguntar se ele prefere trabalhar numa empresa nacional ou numa Mercedes, numa Volks, numa F, em outra qualquer, ele vai preferir trabalhar na multinacional, que lhe dá melhores condições de trabalho.
Você percebe em alguns empresários nacionais que eles têm pelo menos um senso de honestidade muito maior do que outros. Com eles nós temos um relacionamento melhor do que com os das multinacionais, mas nós temos de brigar com eles da mesma forma com que nós brigamos com a Volkswagen, com a Mercedes. Mas, tranqüilamente é uma relação mais moderna entre capital e trabalho.
- Anuncia-se, para o próximo dia 1º de maio, um novo pacote sobre legislação trabalhista e sindical. Quais são as propostas que apresentaria para a reformulação que estaria sendo preparada?
- A reformulação na legislação sindical brasileira não pode ser decidida em função do 1º de maio. Acredito que para se fazer algo bem feito deve ser coisa para discutir em mais tempo, com participação dos dirigentes sindicais. Sair uma coisa imediata, feita por técnicos, entendo que a tendência é uma lei que continuará não atendendo aos interesses dos trabalhadores. Acho que, se o ministro do Trabalho pretende uma coisa bem feita, terá de chamar os sindicatos, suas assessorias e discutir a questão, antes de enviar um projeto ao Congresso Nacional. Do contrário, ficará remendando, remendando, e nunca atendendo aos interesses dos trabalhadores. Todos os anais de congressos de trabalhadores têm uma série de sugestões, de onde pode nascer, inclusive, um novo projeto para a CLT. Todo dirigente sindical tem um projeto na cabeça para a estrutura sindical, todo trabalhador tem um projetinho na cabeça, todo advogado tem um projetão, todo mundo tem alguma coisa na cabeça sobre aquilo que quer. É difícil dizer aqui o projeto que tenho para modificação da estrutura sindical brasileira, do delegado sindical, de uma negociação coletiva.
- Anuncia-se, para o próximo dia 1º de maio, um novo pacote sobre legislação trabalhista e sindical. Quais são as propostas que apresentaria para a reformulação que estaria sendo preparada?
- A reformulação na legislação sindical brasileira não pode ser decidida em função do 1º de maio. Acredito que para se fazer algo bem feito deve ser coisa para discutir em mais tempo, com participação dos dirigentes sindicais. Sair uma coisa imediata, feita por técnicos, entendo que a tendência é uma lei que continuará não atendendo aos interesses dos trabalhadores. Acho que, se o ministro do Trabalho pretende uma coisa bem feita, terá de chamar os sindicatos, suas assessorias e discutir a questão, antes de enviar um projeto ao Congresso Nacional. Do contrário, ficará remendando, remendando, e nunca atendendo aos interesses dos trabalhadores. Todos os anais de congressos de trabalhadores têm uma série de sugestões, de onde pode nascer, inclusive, um novo projeto para a CLT. Todo dirigente sindical tem um projeto na cabeça para a estrutura sindical, todo trabalhador tem um projetinho na cabeça, todo advogado tem um projetão, todo mundo tem alguma coisa na cabeça sobre aquilo que quer. É difícil dizer aqui o projeto que tenho para modificação da estrutura sindical brasileira, do delegado sindical, de uma negociação coletiva.
Um tempo depois, L.I. se elege deputado federal pelo PT, sem ter apresentado um projeto sequer. Por esta razão, diversas de suas biografias se referem a seu mandato de forma bem concisa, dizendo apenas o número de votos e ano de mandato. SÓ ISSO, POIS NÃO HÁ NADA A COMENTAR!
O que eu tenho certeza é que do jeito que está naão pode continuar e, para melhorar, o movimento sindical tem de participar das discussões para fazer uma novas legislação, para fazer uma nova Lei de Greve. Não pode ser um negócio feito apenas por técnicos, como sempre foi feito aqui no Brasil. Tem de participar e tem de respeitar as peculiaridades de cada região. Agora, a gente já tem como definição de um congresso nosso em l974. Em termos de legislação trabalhista, acho que deveria existir uma lei básica, onde se definissem alguns princípios, como jornada de trabalho, férias, a nível de Brasil, e se abrisse o campo para que cada um brigasse para conseguir algo mais de acordo com a produtividade que você dá, a rentabilidade que a empresa tiver.
Se L.I. achava que as empresas deveriam dividir com os empregados determinada quantia pela produtividade, gostaria de saber como seria a divisão em caso de prejuízos.
O que eu tenho certeza é que do jeito que está naão pode continuar e, para melhorar, o movimento sindical tem de participar das discussões para fazer uma novas legislação, para fazer uma nova Lei de Greve. Não pode ser um negócio feito apenas por técnicos, como sempre foi feito aqui no Brasil. Tem de participar e tem de respeitar as peculiaridades de cada região. Agora, a gente já tem como definição de um congresso nosso em l974. Em termos de legislação trabalhista, acho que deveria existir uma lei básica, onde se definissem alguns princípios, como jornada de trabalho, férias, a nível de Brasil, e se abrisse o campo para que cada um brigasse para conseguir algo mais de acordo com a produtividade que você dá, a rentabilidade que a empresa tiver.
Se L.I. achava que as empresas deveriam dividir com os empregados determinada quantia pela produtividade, gostaria de saber como seria a divisão em caso de prejuízos.
Do ponto de vista da estrutura sindical brasileira, eu acho que o sindicato deve ser totalmente desvinculado do Ministério do Trabalho – totalmente. Deveria encontrar-se uma forma de acabar com o imposto sindical e é lógico que, desvinculado do Ministério do Trabalho, poderia até criar-se um novo tipo de imposto mas um novo tipo de imposto a partir da consciência do trabalhador e não como uma imposição do governo.
Quanto ao numero de representantes do sindicato, eu acho que ele deveria ter um membro, um delegado sindical em cada setor da empresa. Onde tivesse um líder representando a empresa, teria um líder representando os trabalhadores. Porque a empresa é dona do capital, é dona das maquinas dela, mas ela não é dona do trabalhador. Por exemplo, tem aqui dez jornalistas, tem um aqui que é representante da empresa, teria de ter também um representante do sindicato, para poder estar vigilante, etc.
Não se pode dar, aos sindicatos, o direito de vigiar empresas. Vigilância demonstra autoritarismo, invasão de um espaço que tem dono.
Em relação a uma central sindical, sou favorável, desde que seja mudada a estrutura sindical, pois, com a estrutura atual, acho que seria apenas criar mais um cabide de emprego. Seu governo empaturrou, de sindicalistas, todos os órgãos federais. Agora, mudando a estrutura, eu acho importante que tenhamos uma central única dos trabalhadores, que possa determinar uma luta a nível nacional, sempre respeitando a necessidade de cada categoria sindical. Por exemplo, temos no momento a união de um grupo de dirigentes sindicais para discutir uma luta pelo salário mínimo unificado a nível nacional e a garantia do emprego. Mas, se tivéssemos um a central única dos trabalhadores, essa luta poderia, com muito mais facilidades, ser levada em todo o Brasil. Na sua ausência, ela fica a cargo de meia dúzia de abnegados que vão ter de correr por aí, às vezes nem sendo recebidos por autoridades, encontrando dificuldades, etc. Por isso, acho que é uma necessidade para mover o meio sindical brasileiro.
Não se pode dar, aos sindicatos, o direito de vigiar empresas. Vigilância demonstra autoritarismo, invasão de um espaço que tem dono.
Em relação a uma central sindical, sou favorável, desde que seja mudada a estrutura sindical, pois, com a estrutura atual, acho que seria apenas criar mais um cabide de emprego. Seu governo empaturrou, de sindicalistas, todos os órgãos federais. Agora, mudando a estrutura, eu acho importante que tenhamos uma central única dos trabalhadores, que possa determinar uma luta a nível nacional, sempre respeitando a necessidade de cada categoria sindical. Por exemplo, temos no momento a união de um grupo de dirigentes sindicais para discutir uma luta pelo salário mínimo unificado a nível nacional e a garantia do emprego. Mas, se tivéssemos um a central única dos trabalhadores, essa luta poderia, com muito mais facilidades, ser levada em todo o Brasil. Na sua ausência, ela fica a cargo de meia dúzia de abnegados que vão ter de correr por aí, às vezes nem sendo recebidos por autoridades, encontrando dificuldades, etc. Por isso, acho que é uma necessidade para mover o meio sindical brasileiro.
Por outro lado, parece-me que a própria fórmula da política salarial que está na CLT não é assim tão má, não, se houvesse honestidade na aplicação. Ela prevê, por exemplo, participação na produtividade das empresas e uma série de coisas outras. Mas acontece que os números são mentirosos, são falsificados. Não houve sequer a aplicação da produtividade, em anos como l974, quando o Produto Interno Bruto cresceu 11 a 12% . E sobre os salários são aplicados 3% ou 4% . Escolheram um número lá como taxa de produtividade, que ficou até hoje.
- Fala-se muito em infiltração política no movimento grevista do AGBC. Várias vezes foram eitas acusações, até mesmo contraditórias, em particular à sua vinculação, seja ao PCB, seja à CIA ou ao próprio governo. Como se posiciona diante dessas acusações? Por outro lado, como sente a responsabilidade como sente a responsabilidade cada vez maior que tem diante da sua transformação em personalidade nacional? E as demais lideranças sindicais, por que não têm tanta ressonância?
- O que mais orientou o comportamento da diretoria do Sindicato de São Bernardo foi a própria experiência que vivemos como trabalhadores e como explorados.
L.I., que deixou de trabalhar aos 27 aninhos de idade, não deveria se incluir na categoria de trabalhadores e, muito menos de explorados (leiam o artigo de Ipojuca Pontes; "... o futuro líder sindical, depois de pedir ao patrão para fazer algumas horas extras na oficina, enfia o dinheiro pago no bolso e, fugindo do trabalho, manda o patrão "tomar no..." (na íntegra: http://www.midiasemmascara.org/artigos/governo-do-pt/10725-o-fracasso-do-filme-de-lula.html ).
Por isso, talvez nossa forma de luta não tenha paralelo com nenhum pensador. O nosso negócio é a prática mesmo. Se vocês forem a São Bernardo e conversarem com 100 trabalhadores, perceberão que o pensamento deles é o mesmo, a forma de lutar é a mesma, porque cada um vem para o sindicato com a sua vida prática de trabalhador. E em nome dessa vida prática é que ele propõe sua atuação.
Acho que o Sindicato de São Bernardo é um dos poucos no Brasil que nunca aceitou qualquer curso dado pelo sindicalismo americano ou alemão. A gente recusou convite para viagem à Itália, para a Alemanha e para os Estados Unidos, e temos recusado uma série de ofertas. Fiz uma única viagem, uma vez, para o Japão, para participar de um congresso da Toyota.
- O que mais orientou o comportamento da diretoria do Sindicato de São Bernardo foi a própria experiência que vivemos como trabalhadores e como explorados.
L.I., que deixou de trabalhar aos 27 aninhos de idade, não deveria se incluir na categoria de trabalhadores e, muito menos de explorados (leiam o artigo de Ipojuca Pontes; "... o futuro líder sindical, depois de pedir ao patrão para fazer algumas horas extras na oficina, enfia o dinheiro pago no bolso e, fugindo do trabalho, manda o patrão "tomar no..." (na íntegra: http://www.midiasemmascara.org/artigos/governo-do-pt/10725-o-fracasso-do-filme-de-lula.html ).
Por isso, talvez nossa forma de luta não tenha paralelo com nenhum pensador. O nosso negócio é a prática mesmo. Se vocês forem a São Bernardo e conversarem com 100 trabalhadores, perceberão que o pensamento deles é o mesmo, a forma de lutar é a mesma, porque cada um vem para o sindicato com a sua vida prática de trabalhador. E em nome dessa vida prática é que ele propõe sua atuação.
Acho que o Sindicato de São Bernardo é um dos poucos no Brasil que nunca aceitou qualquer curso dado pelo sindicalismo americano ou alemão. A gente recusou convite para viagem à Itália, para a Alemanha e para os Estados Unidos, e temos recusado uma série de ofertas. Fiz uma única viagem, uma vez, para o Japão, para participar de um congresso da Toyota.
Já disseram que eu era do Partido Comunista, que eu era isso ou aquilo. O importante é que, à medida que eles vão dizendo, a gente vai sabendo das coisas. O importante é que os trabalhadores do Sindicato de São Bernardo, mesmo sem Lula, sabem o que querem – e se não vier o aumento que esperam vão fazer greve.
Eu acho que tem de haver uma preocupação do governo, mesmo por uma questão de inteligência – e aí não vai nenhuma vaidade pessoal. Mas é que, lidando comigo, qualquer pessoa de bom senso sabe com quem está lidando. Sabem que eu sou intransigente, sabem que não aceito que se discuta ideologias na apreciação de uma pauta de reivindicações dos trabalhadores e sabem que não falo escondido, em recinto fechado, que só falo publicamente. E acho que é mais fácil lidar com uma pessoas assim, porque sabem com quem estão lidando.
Eu fico preocupado com o fato de que, a cada dia que passa, pela falta de mais gente falando e gritando, eu apareça muito. Isso faz aumentar a responsabilidade da gente.
Acho que não sou isso que os trabalhadores acham que sou, e entendo que a falta de liderança no país levou a que eles passassem a endeusar, talvez, uma pessoa que não merecia ser endeusada. Então, isso me dá certo medo, porque, a cada dia que passa, aumenta muito mais a minha responsabilidade. E pode ser que chegue um dia – caso não apareça muita gente para ajudar nisso - em que possamos até cair no vazio. Eu só tenho a certeza de que vou continuar gritando, aos quatro cantos do mundo, uma liberdade para a classe trabalhadora.
Neste trecho está o já conhecido L.I. que dissimula sua vaidade doentia e vemos também o seu método da repetição, usado incansavelmente para divulgar seu endeusamento, ainda não tão conhecido.
Em São Bernardo, a gente tem hoje a primeira geração de operário industrial. São os filhos ou os netos daquele pessoal da roça, do Nordeste, que veio para cá trabalhar de ajudante ou coisa parecida. O filho é ferramenteiro, já é torneiro, é fresador. O neto já não quer trabalhar o eito, subordinar-se às mesmas condições de trabalho a que o avô se sujeitou. Então, é um pessoal novo e mais exigente. Cerca de 70% dos trabalhadores de São Bernardo têm menos de 35 anos de idade. São pessoas que, praticamente, não viveram o movimento sindical antes de l963, pessoas que estão muito comprometidas com uma luta que é atual.
O que está existindo lá no ABC, principalmente em São Bernardo, é uma massa jovem de trabalhadores, pessoas que não aceitam esse tipo de exploração, que querem participar da vida política do país, que não viveram o populismo de Getúlio Vargas. São pessoas que começaram a acreditar nelas mesmas. Acreditam que é na participação dos trabalhadores que poderão resolver seus próprios problemas. E é isso eu tem ajudado tanto os trabalhadores na evolução do Sindicato de São Bernardo, a participação e as exigências da categoria.
Eu fico preocupado com o fato de que, a cada dia que passa, pela falta de mais gente falando e gritando, eu apareça muito. Isso faz aumentar a responsabilidade da gente.
Acho que não sou isso que os trabalhadores acham que sou, e entendo que a falta de liderança no país levou a que eles passassem a endeusar, talvez, uma pessoa que não merecia ser endeusada. Então, isso me dá certo medo, porque, a cada dia que passa, aumenta muito mais a minha responsabilidade. E pode ser que chegue um dia – caso não apareça muita gente para ajudar nisso - em que possamos até cair no vazio. Eu só tenho a certeza de que vou continuar gritando, aos quatro cantos do mundo, uma liberdade para a classe trabalhadora.
Neste trecho está o já conhecido L.I. que dissimula sua vaidade doentia e vemos também o seu método da repetição, usado incansavelmente para divulgar seu endeusamento, ainda não tão conhecido.
Em São Bernardo, a gente tem hoje a primeira geração de operário industrial. São os filhos ou os netos daquele pessoal da roça, do Nordeste, que veio para cá trabalhar de ajudante ou coisa parecida. O filho é ferramenteiro, já é torneiro, é fresador. O neto já não quer trabalhar o eito, subordinar-se às mesmas condições de trabalho a que o avô se sujeitou. Então, é um pessoal novo e mais exigente. Cerca de 70% dos trabalhadores de São Bernardo têm menos de 35 anos de idade. São pessoas que, praticamente, não viveram o movimento sindical antes de l963, pessoas que estão muito comprometidas com uma luta que é atual.
O que está existindo lá no ABC, principalmente em São Bernardo, é uma massa jovem de trabalhadores, pessoas que não aceitam esse tipo de exploração, que querem participar da vida política do país, que não viveram o populismo de Getúlio Vargas. São pessoas que começaram a acreditar nelas mesmas. Acreditam que é na participação dos trabalhadores que poderão resolver seus próprios problemas. E é isso eu tem ajudado tanto os trabalhadores na evolução do Sindicato de São Bernardo, a participação e as exigências da categoria.
Eu, que vivi o momento sindical de l964, acho que hoje há muito liderança novas. Você pega o João Paulo, dos metalúrgicos de Monlevade, o Ronaldo, dos petroleiros do Rio, e outros. Acho que o nível é bom, o que entendo pé que antes não existia muita gente boa não. O quadro estás melhorando agora. São quadros de dirigente sindicais que não tiveram nenhum compromisso com o sindicalismo de Antes de l964, pois surgiram mesmo a partir de l969.
- E agora, qual a perspectiva para as negociações? Será possível chegar a um acordo? Ou pelo contrário, voltaremos ao impasse? Como é entendida pelos trabalhadores a posição do ministro do Trabalho, Murilo Macedo, que deverá impor uma solução, se não houver acordo? As diretorias afastadas contam com a volta?
- Se o ministro do Trabalho vier a impor o que os trabalhadores estão pedindo será bom; se impuser o que os empresários estão querendo dar, será ruim para os trabalhadores . Vamos pegar o Tribunal Regional do Trabalho como exemplo. Nós havíamos recusado a proposta patronal de 57% e 63%. O Tribunal, em nome da Justiça,a nos dá 44%, e quer que obedeçamos. Somente num país das maravilhas isso poderia acontecer. Todo cidadão de bom senso saberia de cara que os trabalhadores não iriam acatar a decisão do Tribunal, voltando ao trabalha nessas condições. Aí não resolve questões de legalidade ou ilegalidade. Ora, se havíamos recusado 63%, iríamos ficar com 44%\ de mão beijada, só porque o Tribunal decretou isso? Ai deverá prevalecer o bom senso.
Eu acredito que haverá devolução dos sindicatos às suas diretorias. Não sei qual será o dia, nem a hora, mas haverá.
Por que voltamos ao trabalho? Vejam? Com as diretorias dos sindicatos afastadas, e apesar da disposição dos trabalhadores, o fato é que o movimento ficou muito disperso. Voltamos e assumimos o comando da greve sem nenhum direito de reassumir; Vocês não sabem a luta que foi abrir o portão do estádio da Viola Euclides. Ele foi aberto na terça-feira (dia 27), às 13 horas, depois de uma conversa com alguns empresários, quando a tentativa era reabrir as negociações que foram reabertas.
Tem de haver o acordo, porque, do contrário, o pessoal vai para a greve de novo. Mas há um caso sério nesse acordo. A briga – e espero que se entenda de uma vez por todas, - é a seguinte: nós não queremos nada mais nada menos que o acordo que acordo que os empresários propuseram. Nós não queremos mais que 57%, não queremos nem os 63% que ofereceram. Nós queremos só os 57%, mas não admitimos que se desconte os 11 que nós ganhamos em maio. Temos 90% da categoria que ganhou esse aumento (11%) em maio passado. Mas vejam, os patrões querem nos dar 59,8% e nós não aceitamos. Essa é a informação que tenho – e acho ótima a proposta, desde que não de desconte os 11% .
Dentre outras características do sindicalista, aqui se evidencia sua pretensão e grosseria ao dizer espero que se entende DE UMA VEZ POR TODAS , e NÃO ADMITIMOS. Nesta data L.I. já se considera o dono da verdade, cujas exigências não poderão ser recusadas.
Luís Inácio comete atualmente um erro imperdoável. Cuidar apenas dos operários (ou trabalhadores, como são chamados por ele) é função de um sindicalista. Mas cabe ao presidente de um país muito mais que isso, pois sua obrigação é aender às necessidades de todos os brasileiros. Além disso seu dever não é cuidar de ninguém, mas lhe oferecer condições para que possa cuidar de si próprio.
L.I. foi eleito presidente, mas continua um mero sindicalista.
Um comentário:
A legenda da primeira imagem diz "Teresina/MA".
Eu também sou crítico de Lula, mas acredito que a crítica deve ser feita com um pouco mais de cuidado e é por isso que peço que, por favor, não cometa tal atrocidade novamente: Teresina é capital do Piauí, e não do Maranhão...
De um leitor seu. Teresinense. Piauiense. Espero que veja essa crítica como construtiva.
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