terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Entrevista ao Jornal do Brasil

10 de abril de 1978

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O assunto desta entrevista é o direito de greve, principal lema de Luís Inácio para atiçar os operários. Antes de sua transcrição está o quadro abaixo, com um texto do livro Viagens com o Presidente (págs 90/91), que evidencia a enorme diferença entre o sindicalista e o atual presidente.


Tanto nesta como em todas as outras, é evidente que Luís Inácio não aceita coisa alguma que parta  'do outro lado' , pois precisa se manter em eterna luta, pois é disso que depende sua imagem.

Luís Inácio critica investimento do governo em empresas com dificuldades financeiras, o que agora, na presidência da República, já fez diversas vezes. Fala sobre a importância do direito de greve para o trabalhador. Justamente ele, o grande admirador e amigo de Fidel Castro, autoritário e opressor que jamais respeitou a vontade do povo cubano, dentre diversos outros ditadores. 
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Apresentação
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Tendo como referência uma entrevista concedida pelo general Figueiredo à Folha de S.Paulo, Lula coloca aqui com extrema clareza seus conceitos sobre o direito de greve, salientando que esse direito não deve sofrer restrições: “o direito de greve deve ser universal”. Sobre negociações diretas, e tendo sempre o papel do governo, nas negociações, deve ser o de árbitro e não ode tutor, como tem acontecido.
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- O que achou do conceito do direito de greve emitido pelo general Figueiredo na entrevista à Folha de S.Paulo? - Achei o conceito de greve do general muito relativo, porque ele discrimina setores e isso já existe na atual lei de greve. Hoje só podem fazer greve os trabalhadores de determinados setores. Então, ele não está inovando nada, porque, a partir do momento em que ele diz que um determinado setor não pode fazer greve está admitindo que os trabalhadores desse setor podem ser espoliados pelos empregadores. O direito de greve deve ser universal. Nele o trabalhador se sente na obrigação de lutar por melhores condições de vida, melhores condições de salários em qualquer atividade. Se ele trabalha no setor de combustível, por exemplo, sabe que o povo não pode ficar sem combustível, mas nem por isso deve deixar de lutar. Os empregadores desse setor é que têm de resolver o problema o mais imediatamente possível para causar menos problemas à população.


- Acha possível fixar objetivamente que tipo de indústria não pode parar, por causar prejuízos muito e levados à comunidade? - Acho que todos os setores deveriam, quando necessário, fazer greve, por todos os setores têm empregadores e trabalhadores e em todos existem as relações sociais. Se ficarmos a favor dessa idéia de que determinados setores não podem parar porque são prioritários, cairemos numa esparrela. Pode ser que amanhã, o governo passe a considerar um automóvel um produto essencial à ação e aí os trabalhadores da indústria automobilística não poderiam fazer greve. Levando o caso a um extremo maior, os refrigeradores poderão vir a ser considerados também prioritários e aí os trabalhadores do setor não poderiam parar. Então, acho que a condição sine qua non para o direito de grevê é apenas a existência de trabalhadores e de empregadores.


- Mas não acha que já há um progresso no fato de o futuro presidente, pelo menos, admitir o direito de greve? - Eu acho que todos eles admitiram, mas, veja, o direito de greve, na atual estrutura legal, inexiste, pelo menos na prática.


- O senhor foi o homem que iniciou as negociações diretas entre empregadores e trabalhadores, tentando um acordo direto com os patrões. O que achou da idéia do general Figueiredo, segundo a qual o governo deve ser sempre o árbitro, através da Justiça do Trabalho? - O grande problema está exatamente na Justiça do Trabalho. Eu entendo que quando ele fala que de um lado existe um grupo de trabalhadores reivindicando e um grupo de empregadores, de outro, negando, tem razão. Mas aí estaria o fator principal do direito de greve. Agora, o papel do governo teria que ser realmente o de árbitro. Deveria, na verdade, haver um árbitro designado pelo governo ou pelo Judiciário para tentar conciliar os interesses. Mas não seria um papel de impor, como está impondo, no momento, a Justiça do Trabalho.


- Então acha que a Justiça não tem funcionado como árbitro? - Às vezes a Justiça até veta o direito de se negociar. Por isso,s não acho que ela tenha sido árbitro, mas uma tutora. A diferença é a seguinte: o árbitro deve permitir que as duas partes lutem até se chegar a um acordo e hoje a Justiça do Trabalho nem permite essa tentativa de acordo. No caso do reajuste salarial este ano, temos um exemplo muito bom, pelo qual aparece claramente o fato de a Justiça do Trabalho haver dado o resultado do jogo antes mesmo que ele começasse. Que tipo de árbitro, então, é esse? A Justiça do Trabalho decidiu o aumento sem sequer saber se haveria a possibilidade de um acordo prévio.

- O que achou dos conceitos emitidos pelo general Figueiredo sobre a privatização das empresas estatais? - Eu acho que ele tem razão. O governo não pode assumir as responsabilidades de nossos patrões, principalmente daqueles que são maus administradores. É muito cômodo o empresário cismar de montar uma empresa, mesmo ela sendo inviável, sem ter o menor risco porque ele sabe que o governo sempre o salvará com uma boa injeção de investimentos, afinal de contas dinheiro do povo. O governo não pode assumir os riscos e as responsabilidades de empresas que só dão prejuízo à Nação. Um exemplo prático é o caso da Lutfalla. O governo jogou rios de dinheiro lá dentro, beneficiando meia dúzia de pessoas e usando como argumento o fato de não poder deixar na rua 1500 operários, porque então seria criado um problema social.
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4 comentários:

Ferra Mula disse...

Como disse Mirian Leitão e Dr. Ricardo Bergamini "O Lula" realmente é um ilusionista sobre todos aspectos, não só no PAC,
Falso, hipocrita, dissimulado, ameba, pior do que ele são os partidos que o apoiam e as instituições que nada fazem. A imprensa então nem se fala. As milionárias verbas publicitárias falam mais alto.

Jurema Cappelletti disse...

Fico impressionada como as pessoas não conhecem o verdadeiro Luís Inácio! E VEM AÍ O FILME SOBRE 'A DONA LINDU', que mostra esse sujeito como um verdadeiro milagre brasileiro.

Paz Brasil disse...

Este primata enganador um verdadeiro 171.

Politica e Atualidade disse...

Vamos trocar link´s

aguardo retorno

http://politicaeatualidade.blogspot.com/